Biografia

Rómulo Vasco da Gama de Carvalho é este o nome do célebre homem da
ciência que foi também um grande poeta português.Nasceu no dia 24 de
Novembro de 1906 em Lisboa, na rua do Arco do Limoeiro, actualmente Rua Augusto
Rosa. Aí cresceu num ambiente familiar marcado principalmente pela figura da sua
mãe, pois apesar desta ter apenas a instrução primária tinha uma enorme paixão
pela literatura e desde cedo transmitiu ao filho Rómulo, que foi assim baptizado
em honra do protagonista de um drama lido num folheto de jornal.Aos 5
anos, Rómulo, escreveu os seus primeiros poemas mas, e foi quando entrou para o
Liceu Gil Vicente e tomou contacto, pela primeira vez, com as ciências que a sua
vida mudou pois começou a sentir um grande interesse pelas ciências interesse
esse que foi aumentado com o passar dos anos. Um ano depois de ter
acabado o Liceu entrou na Universidade do Porto e apesar da literatura o ter
acompanhado durante toda a sua vida optou por se licenciar na área das Ciências
Físico-Químicas.Um ano depois de se ter licenciado, em 1932, formou-se
em ciências pedagógicas na faculdade de letras do Porto, dando, assim, a
entender qual seria a sua actividade principal daí para a frente – professor e
pedagogo.Começou por estagiar no liceu Pedro Nunes e deu aulas durante
14 anos no liceu Camões. Foi depois convidado pelo liceu D.João III, em Coimbra,
e aí ficou até 8 anos depois quando voltou para Lisboa para dar aulas como
professor metodólogo do grupo de Físico-Químicas do liceu Pedro
Nunes.Para Rómulo de Carvalho ensinar era uma paixão. Colaborou como
co-director da “Gazeta de Física” a partir de 1946 e dedicou-se á elaboração de
manuais escolares que surpreenderam tudo e todos não só pelo grafismo mas também
pela forma como simplificou matérias tão complexas como a física e a
química.Apesar de trabalhar na área das ciências, Rómulo não esqueceu a
literatura e continuou a escrever poesia mas, por não a considerar de qualidade
nunca tentou publicá-la. Só em 1956 devido á sua participação num concurso de
poesia, publicou o seu primeiro livro de poesia “Movimento Perpétuo” e assim
nasceu António Gedeão, o pseudónimo que Rómulo usava para manter o
anonimato.António Gedeão continuou a publicar poesia. Nos seus poemas
dá-se uma simbiose perfeita entre a ciência e a poesia. E é nisto que consiste a
sua originalidade. Para Rómulo estas duas áreas a literatura e as ciências,
pelas quais se interessava muito, tão diferentes, completavam-se
mutuamente.“Pedra Filosofal”, tornou-se num hino á liberdade e ao sonho
devido ao retrato de toda a geração que viveu sob o regime ditatorial, feito
nela, que “toca” todas as pessoas dessa geração que acreditavam que através do
sonho era possível alcançar a liberdade. Com base nos poemas de António Gedeão,
em 1972, José Nisa compôs doze músicas.Após 40 anos de ensino, Rómulo,
decidiu reformar-se devido á desorganização e falta de autoridade que o 25 de
Abril provocou em Portugal.Nos anos seguintes dedicou-se por inteiro á
investigação publicando imensos livros, tanto de divulgação científica como da
história da ciência. Também Gedeão continuou a escrever os seus originalíssimos
poemas, “Poemas Póstumos” em 1984.Sete anos depois de se ter tornado
sócio da Academia de Ciências, em 1990, Rómulo de Carvalho assumiu a direcção do
Museu Maynense, desempenhando este cargo até ao fim da sua vida.Ao
completar 90 anos de idade foi homenageado nacionalmente. Este professor,
pedagogo, investigador, grande Homem das Ciências e também poeta foi reconhecido
publicamente por pessoas da política, da ciência, das letras e da
música.A 19 de Fevereiro de 1997, Rómulo faleceu deixando uma enorme
saudade a todos que conheciam a ele e às suas obras.