Morremos de tédio!Nada a dizer quanto às instalações... são do melhor. Uma iluminação excelente, níveis de conforto satisfatórios e uma temperatura ambiente muito agradável contribuirão, certamente, para prolongar a nossa esperança de vida, para além do que seria desejável.
Mas temos uma existência entediante. Não saímos, não convivemos e não socializamos, apesar da riqueza interior que, quase todos, possuímos. Fechados, compulsivamente introvertidos, passamos a maior parte do tempo de pé, alguns, outros deitados, mas todos, ordeira e cordatamente, entalados.
Precisamos, urgentemente, que nos usem, que nos mexam, que nos desfolhem e desvendem. Queremos perceber os olhos postos em nós, sentir a carícia das mãos a contornar-nos a lombada, acolher todas as lágrimas e todos os sorrisos que sabemos ser capazes de vos provocar.
Chamem-nos todos os nomes, adoptem-nos se preferirem, mas tirem-nos do fado alexandrino a que nos tem vindo a condenar a nossa história Interminável.
Somos senhores dos anéis, mas não dos dedos húmidos de saliva que tanto gostamos de sentir nos nossos recantos. Dobrem-nos os cantos, deixem-nos abertos sobre a areia dos capitães, cantem-nos a balada da praia dos cães, enquanto a noite e o riso se confundem com a falta de juízo dos bons malandros da crónica e a maresia nos devolve o sangue das palavras.
Levem-nos, descubram nas nossas entrelinhas as palavras interditas que dão nome às coisas, mas conheçam-nos, por favor, para que nos possam amar ou odiar!
Só podemos ser livros se houver quem, em nós, por nós, ou connosco, vença a inércia que nos transforma em bibliosecas e nos impede de pegar de caras o enfado.
Mas temos uma existência entediante. Não saímos, não convivemos e não socializamos, apesar da riqueza interior que, quase todos, possuímos. Fechados, compulsivamente introvertidos, passamos a maior parte do tempo de pé, alguns, outros deitados, mas todos, ordeira e cordatamente, entalados.
Precisamos, urgentemente, que nos usem, que nos mexam, que nos desfolhem e desvendem. Queremos perceber os olhos postos em nós, sentir a carícia das mãos a contornar-nos a lombada, acolher todas as lágrimas e todos os sorrisos que sabemos ser capazes de vos provocar.
Chamem-nos todos os nomes, adoptem-nos se preferirem, mas tirem-nos do fado alexandrino a que nos tem vindo a condenar a nossa história Interminável.
Somos senhores dos anéis, mas não dos dedos húmidos de saliva que tanto gostamos de sentir nos nossos recantos. Dobrem-nos os cantos, deixem-nos abertos sobre a areia dos capitães, cantem-nos a balada da praia dos cães, enquanto a noite e o riso se confundem com a falta de juízo dos bons malandros da crónica e a maresia nos devolve o sangue das palavras.
Levem-nos, descubram nas nossas entrelinhas as palavras interditas que dão nome às coisas, mas conheçam-nos, por favor, para que nos possam amar ou odiar!
Só podemos ser livros se houver quem, em nós, por nós, ou connosco, vença a inércia que nos transforma em bibliosecas e nos impede de pegar de caras o enfado.
Carlos Preto, 10 de Julho de 2009
É com imenso gosto que publicamos este texto original, da autoria de um dos formandos que passou pelo Centro Novas Oportunidades da nossa escola e que marcou a equipa pelo modo original e criativo como redigiu todos os seus textos!
É com imenso gosto que publicamos este texto original, da autoria de um dos formandos que passou pelo Centro Novas Oportunidades da nossa escola e que marcou a equipa pelo modo original e criativo como redigiu todos os seus textos!
"Biblioseca" resultou de um pedido expresso para que escrevesse para o nosso blogue e nos desse o privilégio de o publicar!
Só uma curiosidade, o Sr. Carlos Preto, além de ter sido formando do CNO, é pai e Encarregado de Educação de dois alunos da nossa escola!
Bem haja, Sr. Carlos Preto... e, por favor, escreva!!!