A propósito de Carminho...


As obras de Miguel Horta, e principalmente a sua presença, marcaram mesmo os nossos alunos, basta verificar os comentários que têm sido escritos nos "posts" relativos a este autor.
Não poderia deixar de publicar aqui um texto escrito pela Margarida Ferreira, aluna n.º 16 do 7.º D.
No âmbito das actividades preparatórias da vinda de Miguel Horta à nossa biblioteca, a Margarida escreveu a continuação da história de Carminho, uma rapariguinha com saudades do pai que morreu, com alguma dificuldade em aceitar na sua casa e na sua vida o novo companheiro da mãe, e ofereceu-a ao autor. Este elogiou o trabalho da Margarida e sugeriu que o publicasse aqui... cá vai:
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Quando eles acordaram, foram ter à cozinha, já a mãe estava a fazer o almoço e esta perguntou:
- Carminho, o que é que se passou para o Zé estar a dormir na tua cama?
Carminho deu um grande bocejo, espreguiçou-se e disse:
- Já estava mesmo quase a adormecer, quando a Matilde foi buscar os seus cinco gatinhos para a minha caminha. Eu, com aqueles gatos todos na cama, não conseguia dormir e fui ter ao teu quarto. O Zé estava acordado e foi-me contar histórias sobre gatos. Depois acabámos por adormecer os dois.
- Olha! Não sabia que tinhas jeito para adormecer crianças! - Disse espantada a mãe, dirigindo-se a Zé.
- Fiz o que podia e também serviu para me aproximar dela. – Respondeu o Zé.
Carminho estava confusa. Na sua cabeça só pairavam perguntas: “Para que raio se quer ele aproximar de mim?” e “Será que fez isto para impressionar a minha mãe?”. Ela estava com medo que ele a quisesse separar da mãe.
À tarde, ele sugeriu que fossem ao cinema e assim fizeram.
No outro dia, saíram de manhãzinha. Foram passar o dia num parque de campismo. O melhor foi a Carminho poder levar uma amiga. Ela, a amiga e o Zé divertiram-se muito, enquanto a mãe estava a ler a revista.
No dia seguinte, foram a um museu.
Carminho não gostava muito de museus, mas com o Zé tudo era divertido, pois ele fazia ver as coisas de uma forma diferente.
Depois destes dois dias espectaculares, Carminho gostava finalmente do Zé. Achava-o divertido, amigo, cómico… Como se fosse um pai.
Foi este então o momento que a mãe escolheu para dizer o que sentia pelo Zé:
- Carminho! Eu e o Zé gostamos um do outro e, provavelmente, vamos casar. Não te peço para o veres como um pai, mas como um amigo. Pode ser que mais tarde o possas ver como um pai. – Disse a mãe.
- Eu estou feliz por vocês, até porque eu gosto do Zé. Faz-me sentir bem. Por isso, eu apoio-te se casares com ele. – Disse Carminho.
A partir daí, viveram sempre como uma família e houve casamento.
Adivinhem quem levou as alianças… A Carminho!