Apenas palavras... Poesia!

Em homenagem aos "pimpolhos" do 6.º C (a propósito de uma "tal" aula sobre "palavras" e sobre a necessidade de, a exemplo de Fernando Pessoa, fazermos da Língua Portuguesa a nossa pátria... lembram-se?), aqui ficam dois poemas de Eugénio de Andrade:
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Havia
uma palavra
no escuro.
Minúscula. Ignorada.
Martelava no escuro.
Martelava
no chão da água.
Do fundo do tempo,
martelava.
contra o muro.
Uma palavra.
No escuro.
Que me chamava.
de Matéria Solar.
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Sê paciente;
espera que a palavra amadureça
e se desprenda como um fruto
ao passar o vento que a mereça.